sábado, 10 de janeiro de 2015

Por Maisa Rodrigues: escritores de gaveta e refúgios literários


Eu sou uma pessoa solitária, desde a infância, passando pela adolescência, até atualmente. E com solitária, confesso que fui uma criança de amigos imaginários, e uma jovem de quartos escuros e quietos, não essencialmente tristeza integral, mas uma garota de pensamentos restritos ao seus únicos confidentes: papel e caneta.
Eu sou uma escritora de gaveta, e para escrever esse texto tive curiosidade em remexer minhas escritas, e juro que ri em alguns, pensando no quão clichê e romântica foi a menina que escreveu alguns deles, e me auto questionei de quando eu matei e onde escondi o corpo da frágil garota e seus sonhos cor-de-rosa. E se foi realmente eu a autora daquelas palavras, o que o tempo fez comigo. Mas também viajei no tempo e senti afeto pela menina e seus textos. Sempre achei que a escrita nos revela desde a beleza por baixo da lingua afiada aos medos inconfessáveis. Nos textos sou nua e exposta, sem maquiagem ou filtro, só a versão ríspida e sincera de mim. O mundo paralelo dos livros me acolhe, e eu não posso evitar de pensar, equivocada e erroneamente, que de alguma maneira improvável, alguma parte de mim faz parte daquela obra, que as palavras do escritor são legendas perfeitas para o meu intimo, e que de algum jeito o autor roubou uma parte escondida de mim, e eu estou aberta a quem quiser ler, e aos poucos me torno o autor, o livro e o personagem, e aos poucos já não sou mais o esboço de mim, sou vida eternizada em tinta. Eu admito: Tenho dezoito anos e meu livro favorito foi escrito em 1.899. Literatura moderna não é meu forte, mesmo com sua linguagem ultrapassada, Dom Casmurro é meu preferido. Eu amo Harry Potter, a ponto de ter tatuado sobre isso na minha pele. E o ultimo livro que eu li foi a Trilogia Cinquenta Tons de Cinza, um livro erótico, que por sua vez, por ser recheado de sexo explicito e sadomasoquista, não significa que não se trata de outros temas como romance, drama e suspense, e em fevereiro eu vou ao cinema assistir a adaptação, ainda que as pessoas olhem o publico desse filme e pensem que são pervertidos. Meu amor por Dom Casmurro não me faz ultrapassada, mas alguém que aprecia clássicos que nunca envelhecem. Amar Harry Potter não me faz lunatica ou infantil, mas alguém que acredita num mundo diferente. E Cinquenta Tons de Cinza ser alguém que aprecia a dor, não sexual ou espiritual, mas carnal, uma pessoa que vive. Os livros nos transportam da rasa realidade às profundezas da originalidade da humanidade.

Victor obrigada pelo convite, sempre estou aberta à pedidos seus. Leitor que agora sabe coisas sobre meus hábitos de leitura, obrigada pelo tempo. ♡

Maisa Rodrigues, 18, estudante de Jornalismo, excêntrica e que fala demais com os dedos.

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