Peguei a almofada que estava ao meu lado, peguei o fone de ouvido e encostei minha cabeça em um dos travesseiros da cama. Fazia um clima tropical, então abracei apenas minhas lembranças e continuei olhando fixamente para o teto do quarto. Acho que porque o silêncio era uma resposta mais apropriada. Teoricamente, nada mais estava errado. Eu acho. Eu não tinha um motivo para dizer que não estava bem. Pelo menos não um motivo que fizesse sentido pra outras pessoas. Minha dor era tão particular, tão específica, tão minha e ao mesmo tempo, tão besta. Seria mais fácil se eu pudesse culpar alguém como todas as outras pessoas fazem, mas eu não sei me enganar. Pra falar a verdade, acho que ninguém sabe. Eles só fingem para que outros pensem o contrário.
Fico imaginando se só eu perco meu tempo percebendo essas coisas. Pensando nessas coisas. Sofrendo por essas coisas. Perdendo tempo "Por essas coisas".
O livro que estava lendo continuava no mesmo lugar, mas eu não queria desconectar meu fone do celular, fui tentar conciliar os dois, consegui mais desisti, a dor foi mais intensa. Ouvir a voz do cantor e as palavras ditas pelos personagens me fez chorar. Era uma daquelas músicas falando sobre o amor, e o livro do gênero romance. As duas coisas juntas me deu um aperto entre meus dois pulmões. Meu coração se encontrava ali. Me lembro, era sábado. Sei muito bem que esse é um jeito que encontraram para nos fazer sair de casa e socializar com o resto do mundo, mas eu tenho tanta preguiça de contar minha história. Eu sei, no final das contas, é isso que as pessoas querem saber quando se aproximam. Primeiro como estou, por educação. Depois como tudo aconteceu. Não basta o que contaram. Não basta o que inventaram. Então converso só com Deus.
Era tarde demais pra comer algo que encostasse o estomago e tarde pra estar chorando. Mesmo depois de tanto tempo, o maior relógio de casa marcava uma e meia da manhã. Havia girado apenas uma vez logo após o minutos que deitei na cama, isso foi a meia noite e meia. O que significava que eu teria que esperar de um outro jeito. Me distrair com alguma bobagem. Até chegar o sono. Fechei os olhos e tentei pensar em algo novo, mas quando se está apaixonado de verdade, qualquer silêncio ou pausa é um convite para viajar no tempo: reviver mentalmente os melhores momentos ou fazer planos para o futuro. Como eu queria ter as duas opções de novo. Essa foi a última coisa que pensei antes de pegar no sono. Para que no dia seguinte; viver as mesmas coisas, novamente.
Ficou show
ResponderExcluirMuito obrigadaaaa ^^
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